quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O essencial das inspirações



Toda essa semana vem sendo um aprendizado. Todos os dias que já se passaram me deixaram marcas e reflexões profundas. Talvez seja essa energia de ensinamento que tem me deixado melancólica. E melancolia nesse caso não tem o significado que tinha antes. Antes, estar melancólica era algo muito ligado a uma tristeza profunda, enraizada, latente. Hoje, a melancolia é só um traço da minha personalidade que aceito, entendo e respeito.
Na segunda feira aprendi a melhor maneira de receber um abraço, vindo de alguém que chorava compulsivamente por ter perdido um ente querido. Esse abraço me fez perceber que eu preciso me entregar mais. É ontem ouvi que estou um tanto fria e tive que concordar. Meu escudo contra um apego desmedido às pessoas é certo distanciamento. Não de corpo, mais de carinhos, contatos além dos físicos. E por mais que eu não queira de verdade, é o que me parece que deve ser feito. Isso não diminui meu amor e minha preocupação. Só atenua a falta que elas podem me fazer. Essa falta, a saudade, sempre foi o motivo das maiores dores.
Também entendi um pouco mais sobre compreensão e o fato de se colocar no lugar do outro. Abrir mão do que se precisa porque o outro precisa mais. Essa lição para mim é um gesto de caridade imenso. E refletindo sobre caridade, comecei a entender as diversas maneiras que temos para fazer o bem a alguém. E eu recebi bens enormes esses dias, que não há nada de material que pague, que se assemelhe ou que substitua. Só posso agradecer.
Até mesmo as conversas difíceis da semana e as conclusões doloridas foram importantes. Percebi finalmente que quando amamos alguém de verdade, não é preciso reciprocidade. O amor vai continuar ali mesmo que não haja uma troca ou que o que ele receba de volta seja de outra maneira, outra intensidade, outro nível. E conseguir sentir amor é a maior dádiva que alguém pode receber. Por isso me sinto honrada por entender finalmente o que é querer ver a felicidade de alguém desinteressadamente.
No fim das contas e no fim do texto, acho até que o mundo pode acabar, pelo menos o meu. Essa existência tem me transformado tanto. Abrindo meus olhos, endireitando meu caminho, moldando meus conceitos. Sou melhor, muito melhor do que já fui um dia e tenho muito orgulho disso. Um orgulho humilde, que entende que ainda há muito para saber, pra reformar em mim, pra consertar no meu caráter. Mas a obra está em andamento, finalmente.  E agora não deixo mais passar uma oportunidade sequer de fazer os meus reparos.