quinta-feira, 12 de março de 2015

Balzac, finalmente


E como num susto, trintei. Entrei pro time das balzaquianas. Completei três décadas de existência, nessa existência. E o que eu aprendi com tudo isso? Que continuo não sabendo de nada...rs. Brincadeira. A vida tem sido muito generosa comigo, e me mostrado diversos caminhos para evoluir, adquirir conhecimento, mudar, conseguir ser uma pessoa melhor e ganhar princípios que antes não tinha e que hoje me trazem paz e felicidade.

Antes desse dia, achei que 30 anos fosse uma data mágica. Na verdade não é. Não no sentido fantasioso da coisa. Mas viver, por si só, é algo repleto de magia. É uma dádiva pela qual agradeço todas as noites, antes de dormir. Hoje, agradeço um pouco mais, porque completei mais um ciclo graças a bondade do Criador. Mais um ano em que pude sorrir, chorar, cair, levantar, amar, odiar, acariciar, bater.

Me sinto melancólica, como todos os anos. Me sinto nostálgica também, como todos os dias. Sei que muitos abraços que gostaria de receber hoje, não virão. Por impossibilidade de horário, pela distância, porque não estão mais nesse mundo, porque simplesmente não fazem mais parte da minha vida. Por outro lado, me sinto feliz também. Já estou sendo agraciada por tanta gente, recebendo tantas boas energias, tantos votos e desejos positivos.

Estou ganhando alguns pés de galinha e cabelos brancos. Estou perdendo muito da minha superficialidade. A idade é algo muito relativo. Não me sinto com 30 anos. Não há peso nesse número. Continuo sendo a mesma menina de quando tinha 15 anos, só um tanto mais madura, mais gorda e mais livre. O tempo tem sido meu amigo e não me mete medo. Já não vejo a hora da chegada dos 40, embora peça em silêncio para passar beeeeeeemmmm devagar pra poder aproveitar tudo que encontrar pelo caminho.


quinta-feira, 8 de maio de 2014

Enfim, amasiei.


E antes do prazo que tinha estipulado para Mariana (meu amor, minha flor, minha menina). Há um ano atrás, falei para ela que se não casássemos até que eu completasse 30 anos, não aceitaria mais me casar com ela. Os 10 anos de namoro já seriam o suficiente para tomar essa decisão (e para me deixar enrolar...rs). Mas, como a vida às vezes se mostra melhor do que o esperado, decidimos morar juntas agora, há exatamente 4 dias.
Ainda não é um casamento como nos meus sonhos, mas já é um passo super importante na nossa vida, que irá trazer mais amadurecimento em uma fase de "amadurecência" profunda. Estamos empolgadas e felizes, porque sabemos que o nosso namoro atingiu o tempo certo de experiência e convivência para caminharmos um pouco mais nessa nossa estrada. Nada contra os apressados que juntam os trapos, mesmo de maneira crua, mas para gente só daria certo assim, devagar, esperando cozer totalmente.
Porque tivemos nossos processos, mesmo juntas, de maneira separada. E todo processo de crescimento pessoal afeta as pessoas que estão ligadas a você, de maneira positiva ou negativa. Confesso que alguns foram negativos pra gente, num primeiro momento, mas depois se mostraram fundamentais para que soubéssemos exatamente o tamanho e o valor do amor que sentimos. Hoje temos certeza que queremos viver uma pela outra e ambas pelo nosso relacionamento.
Um dia, e espero que não demore, iremos nos casar, quase de maneira tradicional. Quero sim vestir de noiva, um vestido branco incrível, e quero vê-la num terninho super charmoso também. Quero caminhar ao seu encontro, olhando nos seus olhos no trajeto e sentindo a emoção de estar indo para perto daquela que me faz feliz. Quero todos os meus amigos e familiares presentes para compartilharem essa emoção. Vai ser perfeito, tenho certeza. Só não dá para saber se já serei balzac nesse momento...rs. Acho que sim, mas não importa. O melhor de tudo já estamos tendo, que é viver como marida e mulher.



terça-feira, 15 de abril de 2014

Abril para mudanças


O mês de abril nunca foi necessariamente um mês significativo do ano, exceto pelo aniversário do meu pai e de alguns primos. Mas fora isso, nada mais havia acontecido, até 2014. E aconteceu de uma maneira que vai revirar tudo de pernas pro ar, mais pro ar do que sempre foi e vai gerar mudanças profundas, em diversos aspectos da minha vida. Depois deste ano, abril vai ser inesquecível e marcará uma nova etapa na vida da mulher que estou me tornando. Me motivou até a escrever novamente aqui, neste espaço que destinei para o meu processo de virar balzac e há tanto tempo não visito.
A primeira grande mudança é a vontade renovada de emagrecer e continuar com o objetivo de chegar aos 30 anos pesando 70 quilos... faltam 19 ainda e até esse mês começar eu estava bem desanimada, praticamente desistindo dessa meta, embora continuasse mantendo os exercícios físicos como prática diária. Abril chegou abrindo novas possibilidades e trouxe com ele um entusiasmo imprescindível para continuar me esforçando, comendo melhor e malhando para ficar cada dia mais gostosa.
A segunda grande mudança, e talvez bem mais significativa, é o fato de sair da barra da saia da minha mãe. Até o fim do mês ela se muda para a casa da minha avó e eu vou ter que aprender a me virar sozinha e a começar uma vida nova ao lado da mulher que escolhi para amar e compartilhar os dias comigo. Por um lado, estou ansiosa por viver isso, essa nova etapa e fazer do meu jeito. Por outro confesso que dá um friozão na barriga em pensar que o jantar não vai estar pronto quando eu chegar do trabalho, nem a minha roupa vai aparecer lavada e passada em cima da minha cama.
É que a gente nunca acha que consegue, até ter que fazer algo e perceber que era mais fácil do que parecia. Ou a gente acha que vai ser moleza e sente que não é bem assim quando está enfrentando a situação. Eu não sei em qual dos dois exemplos irei me inserir. Espero que no primeiro, porque é mais fácil lidar com a insegurança do que com o ego. Mas, de qualquer maneira, me preocupar com isso não vai mudar as coisas. A vida segue sempre o curso que quer seguir e devo me acostumar com isso.
E sabe que eu até gosto. Amo essas surpresas, o inesperado, a bagunça, o fato de não conseguir prever. É isso que me motiva, por isso abril está sendo um mês e tanto. Surpreendente, para dizer o mínimo. E vai ser incrível, tenho certeza.


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Proximidade com o fim do ano... vem chegando um novo ciclo


É fato que ultimamente tenho passado por novas crises. E acredito já ter deixado claro aqui o que penso sobre a produtividade das crises nas nossas vidas, levando em consideração o crescimento que podemos obter se aproveitarmos bem esses momentos. Até disse agora a pouco a uma amiga que para quem conseguiu resolver uma "dupla personalidade" sozinha (como eu), deve se safar de outros conflitos menores sem a necessidade de fazer terapia. O que tá pegando é que talvez eu não queira ou não tenha forças o suficiente para enfrentar sozinha mais uma vez o que me aflige.
Talvez a terapia contribua porque agora, como uma apenas que sou, fica mais complicado estabelecer um diálogo. Mas é tão burocrático, penso eu, ter que se sentar em uma cadeira e olhar pra alguém que nunca me viu antes, achando que esse ser terá todas as soluções para os meus problemas. E nem sei se a palavra certa seria burocrático... é que burocracia lembra uma chatice tão incômoda, que talvez traduza o sentimento de quem se expõe em uma sessão de terapia.
Mas pode ser que tudo isso seja um mero engano, uma vez que nunca fiz terapia, portanto não tenho propriedade nenhuma para falar sobre isso. É só uma sensação, que talvez nem se concretize caso eu tenha a oportunidade de realmente arrumar um terapeuta que me ajude a colocar os pingos nos is, os sentimentos no lugar, os desejos nas caixinhas certas ou fora de qualquer rótulo e conceito já existente. O que me dói no calcanhar é sempre essa confusão que se instala, embora eu venha desenrolando minhas neuras e nós devagarinho. Talvez eu só tenha que ter mais paciência e o resto se arruma. Talvez.
Porém, enquanto as respostas não chegam, me resta ficar aqui, arrancando os cabelos, sentindo cheiro de neurônio queimado de tanto tentar chegar a uma conclusão, tentando entender o que realmente é pra mim, que vai durar, que vai me tirar dos loopings que sempre entro na vida. Deve ser por isso que sempre gostei de montanha russa. Pela similaridade entre mim e ela. Entre as nossas curvas e as sensações que causamos e que nos causam. Entre o medo e o êxtase numa mesma volta. Temos e damos muitas sensações e é essa intensidade, que de vez em quando vem me arrebentando por dentro como uma força monstruosa da natureza, que me deixa assim... sem saber até como finalizar um texto, de tão distante que estou do que tenho e tão presente no que quero tanto e não sei se devo, nem se posso ter.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Aprender a lidar com a saudade


Tinha aproximadamente 20 anos que eu não sabia o que era perder alguém, no sentido de ver essa pessoa dentro de um caixão e sendo colocada debaixo da terra. Sábado, dia 23, minha avó paterna desencarnou. Ela vinha enfrentando uma doença muito difícil: a fibrose pulmonar. Junto com ela, para piorar, também tinha a diabete que atrapalhava a medicação da fibrose e, nos últimos dias, ainda pegou uma pneumonia. Na última semana, já na UTI, seu quadro infeccioso só piorava. No fundo, todo mundo da família já sabia que isso ia acontecer e, cada um a sua maneira, veio se preparando para o dia da despedida.
Mas, por mais que as circunstâncias afirmem que é só uma questão de tempo, se adaptar a chegada da morte é algo extremamente difícil e complexo. Eu fui dizendo para mim mesma que ia ser melhor assim, pelo tanto que vi minha avó sofrer. Desde sempre sabia que quando ela partisse, o sofrimento seria nosso, daqueles que ainda ficaram nessa Terra. Para ela, seria um alívio e pelo amor imenso que sinto, para mim também deveria ser.
De fato, é mais fácil ser egoísta e pedir a Deus para não levá-la. Não ainda. Mas o ainda teria que durar até o ponto de estarmos preparados. Mas, será que alguém consegue realmente ficar preparado para se despedir tão bruscamente de um ente tão querido? É possível praticar de maneira tão intensa o desapego a ponto de se alegrar com essa partida por entender que o outro será mais feliz assim? Eu tentei. Na verdade, estou tentando, me lembrando em todos os momentos dos ensinamentos que recebo da doutrina espírita.
Quando recebi a notícia, estava dormindo. Atendi o telefone de sobressalto, e acabei me sentindo aliviada quando meu pai me contou. Cheguei a sorrir por pensar que ela finalmente tinha parado de sofrer. Mas com o passar do tempo, depois de vê-la na capela do hospital em cima de uma maca, na sala da funerária dentro de um caixão e sendo enterrada, a ficha começou a cair. Só pensava em como poderia lidar com a saudade que vou sentir. E confesso que, um dia depois do ocorrido, saudade é a palavra que mais machuca.
Morte só dói porque vai deixar saudade. Despedida também. Fim de relacionamento, da mesma forma. E é nesse ponto que me pego pensando que o ser humano tem que aprender a lidar é com a saudade, e nada mais. O resto vem de brinde. Mas isso acaba piorando todo o resto, todo o processo. Porque saudade é algo que fere tanto, que fica quase impossível saber como se curar, como esquecer ou como simplesmente não lembrar.
Como não lembrar da paciência ao fazer a minha mamadeira, me colocar pra dormir ajeitando os lençóis de maneira impecável e me deixar apertar a sua orelha até pegar no sono? Como esquecer o melhor feijão que já comi no mundo, com a melhor carne moída e o melhor molho de macarrão feito com nata de leite? Como não pensar nas vezes que assistimos o Especial do Roberto Carlos juntas, chorando ao ouvir ele cantar Detalhes, Emoções e tantas outras canções? Como não lembrar de todos os presentes, em todos os aniversários, do seu cabelo ruivo e depois branco como neve, das unhas sempre bem feitas e das roupas sempre elegantes, mesmo doente.
É impossível esquecer o cheirinho, a delicadeza, a educação, o carinho, os olhares sinceros, as lágrimas ao me contar histórias doloridas, a sabedoria, a paciência, a sinceridade, a fé. É impossível não sentir a garganta fechar e a respiração ficar mais ofegante ao lembrar do seu sorriso de felicidade quando me via, das vezes que sequei seu cabelo, passei creme nas suas pernas quando as forças já faltavam, te ajudei a tomar banho e a passar o tempo dentro dos hospitais frios onde você teve que ser internada. É vó, não sei como vai ser a vida daqui pra frente, só sei que não vai ser nada fácil ir visitar o meu avô e perceber que você não está mais ali.
Só sei que as minhas orações nesse momento são para que você siga seu processo evolutivo e fique em paz. Nós aqui vamos nos adaptar a sua ausência, mas com a certeza de que será sempre triste lembrar de todas as alegrias que passamos do seu lado por saber que, nesse mundo, elas não existirão mais. Porém, existe o consolo de também saber que haverá um reencontro e ele vai trazer de volta toda a paz que você sempre transmitiu. Vou ser eternamente grata a Deus por ter me permitido nascer neta de alguém tão especial e querido como você, que me ensinou a ser uma pessoa melhor em todos os momentos que nos encontramos. Eu te amo dona Maria Aparecida Araújo, imensamente, profundamente e eternamente.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O que me faz tão bem



Tanto tempo tem que não posto aqui. Confesso que estava com saudades, mas a correria dos dias não tem me deixado tempo, não tem permitido que surja em mim a inspiração para escrever, nem a vontade, pelo cansaço dos trabalhos exaustivos. Na verdade os trabalhos nem são tão exaustivos assim. São, inclusive, extremamente prazerosos, mas ocupam parte importante do meu tempo (praticamente todo ele). Mas como tudo na vida tem um lado positivo, essa ausência me fez perceber que às vezes o que mais nos motiva a viver acaba sendo deixado em segundo plano quando a vida impõe outras maneiras de ser levada, vivida, encarada. E assim eu cresci um pouco mais, em resignação principalmente.
Percebi também que a falta de tempo é uma desculpa cômoda, que te empurra cada vez mais para a sua zona de conforto. E lembrei que a zona de conforto é um lugar perigoso de se viver, mas é quentinho, parece calmo e finge oferecer aquele abrigo que tanto buscamos incessantemente. Pelo menos eu busco, porém com um pouco menos de avidez do que o colocado. E cada vez que me afasto das palavras, noto que elas são o meu verdadeiro abrigo, externo, um meio de ajustar as ideias que ficam transitando na mente, esperando um lugar para se fixar e fazer sentido.
Pretendo não me afastar mais, tão cedo, do que me faz tão bem. Até por uma necessidade ampla de permanecer sã e ter consciência de que escrever é minha grande válvula de escape.

domingo, 12 de maio de 2013

Até...



Tenho lido muito sobre espiritismo, estudado os livros, frequentado o centro, feito evangelho no lar e tudo que posso para me fortalecer. Tenho evoluído consideravelmente, deixando de lado algumas características que não gostava, aprimorando algumas qualidades e tentando me desfazer de alguns defeitos. Tenho me tornado uma mulher melhor, mas nesses dias, em que a vida me mostra o quanto é frágil, me pergunto o que fazer com essa tristeza que invade ao sentir que estamos perdendo alguém. 
Um alguém insubstituível, necessário, especial, que me cuidou, me pôs para dormir, fez meu café da manhã inúmeras vezes, assistiu televisão comigo, me ensinou tanto sobre a vida e sobre como viver. Me ensinou a gostar de Roberto Carlos e ao chorar todo fim de ano com seus especiais. Me ensinou a ser paciente, a ser mais delicada, fina e educada. Vem me mostrando o que é coragem, vontade e força para permanecer numa vida que quase nada mais traz de felicidade. 
Alguém que eu chamo de vó, mas poderia muito bem chamar de mãe. E nesse momento sinto algo indescritível, mas bom, por saber que tive tantas mães. A mãe primeira, que me pôs ao mundo. As mães avós que ajudaram essa mãe primeira a cuidar para que nada me faltasse. As mães tias que ajudaram em todo esse processo difícil que foi a minha infância. E uma delas tá querendo ir embora. Tá de mudança. Tá se despedindo de alguma maneira. 
Quando meu avô desencarnou, eu tinha só 9 anos. Hoje tenho quase 29 e sei que lidar com a morte talvez não seja algo tão tranquilo ainda, mesmo sabendo que essa vida é uma prisão e que, muitas vezes, a alma é bem mais feliz livre, principalmente quando o corpo físico não suporta mais. Sei que seu tempo tá curto minha rainha... curto demais para o que eu ainda gostaria de viver ao seu lado... sei que a qualquer momento poderemos receber uma notícia triste sobre a sua partida. São tantos problemas, tantas doenças, tantos sinais de que não dá mais. 
Sei que a sua ausência será um fardo pesado para carregar, mas o farei. O farei como fiz com todos os outros fardos da minha vida. Ficarei amiga dessa dor vó e me lembrarei apenas de todos os momentos absurdamente felizes que passei ao seu lado. Não, isso não é uma despedida. Eu sei que nós nunca diremos adeus. Isso também não é um sinal de fraqueza, nem de desistência. Isso é só uma tentativa de aceitar. Aceitar os fatos como eles são. 
E dure o tempo que durar, e tenhamos o tempo que Deus ainda quiser. Eu queria muito poder pedir a Ele que esse tempo se traduzisse em muitos anos, mas sei que não tenho esse direito. Isso também não é falta de fé. É apenas um desabafo de alguém que procura nas palavras um modo de lidar com as tristezas desse mundo. E não importa quantos abraços daremos nessa vida. Sei que eles serão eternos. Te amo profundamente Dona Cida.