Há algum tempo a vida tem me mostrado
que eu preciso diminuir, senão encerrar, as expectativas que tenho com relação às
pessoas, todas elas. Uma sucessão de fatos e decepções tem me feito perceber
que esperar reciprocidade é uma besteira, e porque não dizer, uma dor. A chance
de alguém não ser o que você espera é muito maior do que a de ela atender as
perspectivas que você construiu. E não acho que isso seja necessariamente um
problema. O problema é só o sofrimento que tem me causado.
E vejo que a única forma para não
sentir esse aperto no peito e esse fogo queimando por dentro é exterminar tudo
o que eu penso sobre todo mundo e começar de novo, entendendo de uma vez por
todas, que não devo esperar nada, absolutamente nada. Devo apenas ser grata a
existência pelo que vier de bom e aceitar o que vier de ruim. Não tenho mais
forças para tentar resgatar imagens que se afundam no lamaçal.
Vou fechar um ciclo grande muito em
breve e sei que essa é a chance para definitivamente mudar isso em mim.
Encerrar um ciclo e começar outro é uma oportunidade maravilhosa para fazer
diferente, para respirar novos ares, abrir espaço para novas pessoas e deixar
ir aquelas que não querem mais estar ao meu lado. E por mais que eu sei que vou
me dilacerar por dentro por permitir essa ida, é preciso, é o que eu devo
fazer.
Como diria Renato Russo: “Vai, se
você precisa ir”, e vá em paz. Cada um tem um caminho a trilhar e sinto que
esse rompimento conceitual, para mim, vai ser um passo enorme na estrada que
estou caminhando. E sinto ainda que preciso deixar a porta aberta, escancarada
para aqueles que virão, para aqueles que estão retornando e principalmente para
aqueles que querem e irão permanecer. Eu espero, sinceramente, que toda essa dor
dos últimos dias passe, que a ferida cicatrize, que o que for fardo seja
deixado, para que a vida siga mais leve, mais tranqüila, mais bonita.