Cheguei
à conclusão de que estou passando por mais uma crise. E nesta altura da vida já
entendi que é bem melhor encarar esse momento de frente, do que fingir que nada
está acontecendo. Quando ignoramos o que sentimos, perdemos a chance de
analisar, vivenciar a situação e tirar dela o aprendizado necessário para
continuar caminhando. Passar por uma crise é uma incrível maneira de crescer.
Percebi
que alguns motivos têm que me feito entrar no meu casulo. O mundo externo tem
me perturbado. Pessoas importantes estão indo embora e o apego a elas talvez
seja a batalha mais dura e difícil que devo enfrentar. E embora eu saiba que no
final vai ficar tudo bem, que eu vou superar como sempre superei todos os meus
conflitos, uma tristeza invade a minha alma, dizendo que, mesmo aprendendo a
conviver com a distância e conseguindo o desapego, uma dor vai continuar
existindo e, de vez em quando, ela vai latejar, incomodar, me fazer lembrar.
Não que
isso seja realmente um problema. Conviver com a dor é algo que aprendi desde
muito pequena. Com a saudade, a distância e a ausência também. O que ainda não
aprendi é a conviver com essa pessoa que sou agora. Alguém de olhar vago,
perdido. Alguém de mãos cansadas e estáticas. De sentimentos mornos, ínfimos,
quase ausentes por cada vez mais estar voltada para dentro.
O meu
medo é não chorar, não descabelar, não fazer um drama. Meu medo é deixar pra
lá, esquecer, sentir que “tanto faz”. Meu medo é de não sofrer, não querer, não
me permitir. E talvez essa crise tenha como resultado tudo que tenho medo. E eu
sei que nada posso fazer para parar esse processo. Devo passar por isso e vou passar
de cabeça erguida, como sempre fiz. Que venham todos os conflitos. Estou pronta.
Resta saber se o mundo vai estar pronto para mim quando acabar.
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