sábado, 12 de janeiro de 2013

O equilíbrio em ser fria



Tenho escutado repetidamente que sou um ser humano frio. E ultimamente prefiro pensar sobre o que ouço das pessoas, antes de retrucar afirmando que elas estão erradas. Até porque entendo que, muitas vezes, o que os outros vêem de nós faz mais jus ao que somos de verdade do que o que nós mesmos podemos enxergar. E partindo desse princípio, venho refletindo sobre a minha provável frieza.
Cheguei à conclusão de que, de certa forma, tenho sido cada vez mais racional. E ser racional para alguém nascido em peixes é algo incoerente, é como nadar contra sua própria natureza. Talvez a proximidade dos 28 anos, e com isso a influência cada vez maior do meu ascendente, aquário, seja a resposta para essas mudanças. Mas acho que a interferência dos signos é só um pedacinho da montanha de alterações que tem ocorrido comigo.
E por mais que soe estranho, principalmente para alguém que adorava as próprias emoções que sempre se sobressaíram na personalidade, ser mais racional tem me deixado tranqüila. Tranqüilidade para quem sempre viveu em meio a um furacão de sentimentos é uma benção. Por mais que eu tenha consciência de que essa tranqüilidade traz consigo o preço alto da distância das pessoas que eu amo, ainda assim é uma necessidade para alcançar o equilíbrio que tanto almejo.
E porque eu preciso de equilíbrio? Porque sempre fui transtornada demais. Intensa demais. Impulsiva demais com relação às reações emocionais que tenho quando sinto algo por alguém. E ser assim já me machucou bastante. Confesso que coloquei algumas armaduras. E essas armas me deixaram dura mesmo, fria, como a intenção existente na palavra em si, embora ainda sinta que pelo menos não perdi minha sensibilidade. Está difícil para entender? Para mim também. Nem sempre tudo que penso, sinto ou faço tem algum sentido.
Só sei que cada dia que passa a vida me dá mais motivo para caminhar nessa direção. Me mostra que o desapego é essencial para não sofrer, porque as pessoas vem e vão, sem me questionar se eu quero, ou preciso que elas fiquem. Cada dia que passa entendo mais que só posso contar, de verdade, comigo mesma. Não que eu me considere auto-suficiente. Não é nada disso. Eu só tento me resolver sozinha o máximo que posso. É só uma prevenção.
É uma pena que todo esse entendimento esteja me tornando uma pessoa fria. Nunca pensei que isso pudesse acontecer. Só espero que as pessoas respeitem esse meu novo jeito de ser e entendam que, por mais que eu não tenha reações que demonstrem o meu amor e o quanto me importo com elas, eu as amo e me importo até mais do que me importo comigo mesma. E estou aqui muito mais por elas, do que por mim. Porque embora essa busca por equilíbrio me afaste, ela também faz com que eu seja uma pessoa melhor pro mundo. 

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