segunda-feira, 4 de março de 2013

Porque boicotamos o amor?



Essa é uma pergunta que tenho me feito muito ultimamente, principalmente depois que percebi o quanto amo alguém que achava que nem amava mais tanto assim. Uma relação que dura muito tempo, passa por muitas fases, de vários jeitos, formas, sentidos, proporções e problemas. E eu namoro há mais de sete anos e meio, o que faz com que a rotina, a monotonia, a falta de novidades seja um peso grande para se carregar.
Em muitos momentos pensei em terminar essa relação, achando que namorar tanto tempo assim era um desperdício de vida. Eu podia trocar esse namoro por festas, “amigos”, ficantes de todas as marcas e modelos. Podia jogar fora esse tempo todo ao lado de alguém por achar que outro tempo melhor estava por vir, outro alguém melhor estava a minha espera, um romance de contos de fadas e de livros de literatura iria acontecer na minha vida.
Tantas vezes vi problemas nela, jogando toda a culpa do “fracasso” nos seus ombros, fingindo que tinha tentado de tudo, que fazia a minha parte, mais até do que podia e que ela não fazia nada para merecer estar ao meu lado. Meu egoísmo, minha cegueira, minha insensatez estavam de um tamanho tão grande, que hoje dói entender que eu podia ter perdido o amor da minha vida por insignificâncias e insignificantes.
Ainda bem que eu tenho sorte, que ela é bem diferente de mim e sabe, muito melhor do que eu, o que quer. A minha guerreira nunca titubeou. Nas minhas loucuras, crises, dramas, estava ao meu lado, me olhando com aquele olhar puro, sincero, honesto e verdadeiro que só ela tem, afirmando com a presença que estava ali esperando eu me recompor. E como esperou. E como sofreu. E como eu fiz mal a alguém que amo mais do que a mim mesma e só depois de tanto tempo pude perceber.
Sete anos e sete meses. Uma vida inteira. Um amor inteiro. Um romance primeiro que hoje entendo, aceito e quero que seja o último. Porque ainda bem que eu abri os olhos. Ainda bem que eu consegui me livrar de mim mesma, daquela parte que me tomava dela, que me tirava do centro, do rumo, do prumo. Ainda bem que organizei tudo dentro de mim e voltei o meu amor pro lugar de onde nunca deveria ter saído: o altar do meu coração e da minha alma.
Hoje, mais do que nunca, mais até do que no primeiro dia, tenho a consciência do quanto a amo, do quanto ela é importante e essencial na minha vida e do quanto eu preciso dela ao meu lado pra ter a minha sanidade. Porque eu sei que “o seu amor me cura de uma loucura qualquer”. E ainda bem que eu descobri isso a tempo de fazer direito, fazer de novo, ser diferente.
Eu não vou mais jogar esse presente que a vida me deu fora, porque não existe outro alguém melhor, outro tempo onde eu seja mais feliz, outro romance que eu queira ler. Percebi que uma vida inteira só é pouco para viver com ela. Eu quero é a minha eternidade ao lado desse meu amor, dessa minha flor, dessa minha menina que me faz querer ser uma mulher melhor só para viver ao lado dela e ver, emoldurando o seu rosto, o sorriso mais bonito que existe no mundo.
E vou me manter de braços e peito aberto esperando mais sete anos, setenta anos, setecentos séculos. Agradecendo eternamente ao destino por tê-la colocado no meu caminho e agradecendo a ela, eternamente, por ter me devolvido a vida e a razão para sonhar.
Porque só nos seus braços, no seu abraço, no aconchego do seu corpo, meu amor, eu posso dormir em paz.

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