Mais uma vez,
como num ciclo que se repete na minha vida, meus princípios são colocados a
prova. É como se alguém me testasse para saber o que sou capaz de fazer por
dinheiro, por uma colocação profissional, por poder. Como se me comparassem com
esse amontoado de gente que se vende por migalhas, trocados. Como se quisessem
colocar preço no meu silêncio. E quando isso acontece, eu sinto uma tristeza
terrível de me ver sendo julgada por muitos como igual, como se fizesse parte
desse mesmo lixo humano.
É preciso que
as pessoas entendam que no mundo de onde eu vim e para onde vou voltar o
dinheiro não existe. Portanto, para mim, ele só é uma necessidade de
sobrevivência. Nunca vai ser moeda de troca. Nunca vai ser um instrumento que
as pessoas poderão usar para mudar os meus valores. É só um tanto de papel
colorido que compra o que eu preciso pra viver. E que nem é muito, porque
aprendi com a dureza que a falta de luxo é um luxo que os ambiciosos
desconhecem.
Não que eu não
queira ter uma vida melhor. Eu quero. Queria um dia poder realizar o sonho da
minha mãe de ter uma casa e poder dar a ela condições de não trabalhar tanto. Queria
um dia comprar um carro pra facilitar a vida. Queria levar minha família à
praia pra sentir a energia do mar e ter um pouco de distração. Queria dar a eles
uma alimentação melhor, um plano de saúde, uma convivência onde não se tenha
que brigar pela falta de dinheiro. Mas eu ainda não posso. E mesmo diante da
insatisfação que me toma quando percebo essa minha incapacidade, eu digo,
repito e grito se precisar: EU NÃO VOU ME VENDER.
Nada,
absolutamente nada que o dinheiro é capaz de comprar vale mais do que o ser
humano que eu quero ser. Sei que ainda falta muito. Não sou perfeita e na minha
imperfeição ainda faço muitas coisas que depois condeno. Mas eu não vou
retroceder. Perder minha força de lutar pelo que acredito. Perder minha fé numa
sociedade mais justa, mais humana. Nem que isso me custe jogar meu diploma
dentro de uma gaveta, erguer a cabeça e voltar para trás de um balcão. Porque ao
contrário do que muitos acreditam, o que realmente importa não é o que está
fora de você. É o que está por dentro e dentro de mim mora uma sonhadora
irreparável, do tipo que prefere voar a ter as asas cortadas por aqueles que vivem
de conveniência. Eu não sou conveniente e mesmo pobre, mesmo sem sucesso, vou
continuar sendo atrevida.
Fico feliz que ainda existam pessoas que pensam como vc..
ResponderExcluirSe houvesse mais gente que valorizasse a vida humana em vez do dinheiro e poder, provavelmente este mundo seria um lugar bem melhor de se viver.
Firmeza.
Parabéns, vc não está sozinha, ainda existem 'idealistas' no mundo que acreditam que este mundo pode ser melhor e não esperam que se transforme sozinho, não esperam pelos políticos nem nada parecido mas antes arregaçam as mangas e agem..
eu fico mais feliz ainda qdo pessoas entendem o que eu digo com relação ao dinheiro não valer nada em relação a princípios, valores, e a humanidade. Obrigado pelo comentário.
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