A partir de hoje vou ver a vida como Balzac. Será que vou conseguir entender o que isso quer dizer? Trintei. E foi como piscar os olhos.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
ORAÇÃO
Senhor, no silêncio dessa prece
venho pedir-te a paz, a sabedoria e a força
quero hoje olhar o mundo com os olhos cheios de amor
quero ser compreensiva, mansa e prudente
quero ver além das aparências humanas
teus filhos como Tu mesmo veste
e tão bem cada um deles
cerra meus ouvidos de toda calúnia
guarde a minha língua de toda maldade
e só de bençãos se encha o meu espírito
para que eu seja tão bondosa e alegre
que todos quando chegarem a mim, sintam a sua presença
revele-me a sua beleza Senhor, no percurso deste dia
e que eu não te ofenda e te revele a todos
glória a Deus nas alturas
paz na Terra aos homens e as mulheres de boa vontade
Que assim seja.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
SOLIDÃO E SILÊNCIO
Definitivamente
solidão para mim é um problema. É quase uma situação apavorante. E por inocência
imaginei que conforme o tempo fosse passando, isso mudaria. Santa ingenuidade. Continua
tudo igual. Acho até que antigamente eu conseguia lidar melhor com o fato de
estar sozinha por associar esse momento à liberdade. Hoje não faço mais essa
associação e por consequência não há nada que amenize esse drama.
Como
posso querer morar só se uma manhã de abandono já faz lágrimas saltar dos
olhos? Imagine passar um dia todo e outro e o outro e o seguinte sem companhia.
Penso nisso e me dá calafrios. E não é por medo. Convivo bem com fantasmas,
bicho-papão e o monstro do armário. É por tristeza. É, tristeza. Eu fico triste
na maior parte do tempo em que estou sozinha.
E isso
não significa que a convivência comigo mesma é difícil ou insuportável. Muito pelo
contrário. Não preciso dos outros para ser feliz. Ou será que preciso? Agora me
surgiram uma dúvida terrível e um medo maior ainda desse apego. De fato aprendi
a me virar sozinha, mas talvez eu não me baste. Talvez o que me apavore seja
esse silêncio que abre espaço para as vozes da minha mente falarem tudo que eu
não quero ouvir.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
AINDA ADOLESCENTE?
Ontem
me disseram que eu tinha que parar com as minhas reações de adolescente. E por
um instante me senti até ofendida com esse conselho por achar que, na altura
dos meus quase 28 anos, não deveria agir, pensar, me comportar como uma garota.
Mas depois refleti sobre isso. E comecei a achar que ser comparada com uma
adolescente pode ser até um elogio. É me senti elogiada.
Acho
que realmente ainda existem em mim algumas características dessa etapa da vida
que não pretendo perder. O frescor é uma delas. Isso não significa que eu não
venha aquecendo. Sim, como todo mundo. Mas talvez um pouco menos que a maioria
das pessoas. E esse frescor, ser fresquinha no sentido jovial da palavra, me
traz a esperança juvenil no futuro e tira um pouco do peso que os anos colocam
nas minhas crenças quase ilusórias.
Também
me sinto eufórica como quando tinha 15 anos. E essa euforia me faz até dar
gritinhos e pulinhos típicos das adolescentes quando algo bom acontece. E não
sei se quero perder essa capacidade de sentir os momentos com todas as minhas
células e expor com todas as manifestações corporais possíveis. Eu sou a
expressividade e a entrega e não vai ser a maturidade que vai me recatar.
Ainda
reconheço... (não sei o que reconheço). O cursor ficou parado por minutos
intermináveis tentando achar mais comparações entre esta quase trintona que vos
fala e uma adolescente que nem fez 20 anos. Acho que vou ter que reconhecer
que, embora quisesse muito ter mais coisas para falar, a falta de verdade nisso
vai me obrigar a calar e parar este texto por aqui. Porque por mais que dentro
da minha alma alguns pontos ainda se mantêm jovens, outros já foram envolvidos
pelo passar dos anos.
Eu mudei.
Todos mudam afinal. E ás vezes é bom perceber a maturidade controlando a fera
que vem de dentro. É bom perceber que conforme a gente cresce, cordas que nos
amarram vão sendo cortadas. Mas se existe algo importante para mim, que devo
reconhecer, é o quanto a fragilidade adolescente se faz presente diante do amor.
O amor que me tira a segurança, a opinião formada, o olhar firme, a voz forte e
o andar preciso. E me deixa desengonçada, como uma garotinha, travada e trêmula,
que faz e fala um monte de besteira por simplesmente não saber o que fazer.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
DAS ANTIGAS
Recentemente
uma amiga, das antigas, postou fotos na internet, também das antigas, de um
tempo feliz, sadio, cheio de farra, amigos e sorrisos. Eu tinha 14, 15, no
máximo 16 anos nas imagens. E por momentos intermináveis fiquei olhando para
mim, pras pessoas a minha volta, relembrando uma época que vai sempre deixar
muita saudade. Primeiro porque é adolescência e essa fase é única. Segundo pelas
pessoas, que também foram únicas.
Daí resolvi
remexer as caixas aqui de casa, onde as minhas fotos antigas estavam guardadas.
E achei tanta coisa. Tanta coisa ali, tanta coisa aqui, dentro de mim. Inundei-me
de sentimentalismo. Agarrei o saudosismo e fiquei apertando-o contra o peito
durante horas. Redescobri um passado marcado pelas histórias vividas,
não-vividas, arrependidas. Redescobri um pouco mais de quem eu fui e isso me
fez pensar bastante em quem estou me tornando.
De qualquer
forma, entendi como sou feliz, todo o tempo. Sou privilegiada por todas as
experiências que já vivi, todas que tenho vivido atualmente e isso me dá uma
certeza tão absoluta de que vou me manter assim, feliz com as experiências que
ainda vou viver. E me dá forças para buscar essa felicidade da única forma que
vale a pena: melhorando a mim mesma para poder melhorar o meu mundo.
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