Definitivamente
solidão para mim é um problema. É quase uma situação apavorante. E por inocência
imaginei que conforme o tempo fosse passando, isso mudaria. Santa ingenuidade. Continua
tudo igual. Acho até que antigamente eu conseguia lidar melhor com o fato de
estar sozinha por associar esse momento à liberdade. Hoje não faço mais essa
associação e por consequência não há nada que amenize esse drama.
Como
posso querer morar só se uma manhã de abandono já faz lágrimas saltar dos
olhos? Imagine passar um dia todo e outro e o outro e o seguinte sem companhia.
Penso nisso e me dá calafrios. E não é por medo. Convivo bem com fantasmas,
bicho-papão e o monstro do armário. É por tristeza. É, tristeza. Eu fico triste
na maior parte do tempo em que estou sozinha.
E isso
não significa que a convivência comigo mesma é difícil ou insuportável. Muito pelo
contrário. Não preciso dos outros para ser feliz. Ou será que preciso? Agora me
surgiram uma dúvida terrível e um medo maior ainda desse apego. De fato aprendi
a me virar sozinha, mas talvez eu não me baste. Talvez o que me apavore seja
esse silêncio que abre espaço para as vozes da minha mente falarem tudo que eu
não quero ouvir.
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